Por Ian Giacomozzi Defáveri
Um retrato é uma imagem que mostra como uma pessoa se parece. Um bom retrato é aquele que mostra como a pessoa realmente é. É quando você consegue se sentir íntimo de uma pessoa sem mesmo a conhecer. Aqui na Universidade Regional de Blumenau (FURB), todos os estudantes de publicidade se deparam com esse assunto, mas... por quê? Onde se aplica esse conhecimento na publicidade? Quais são as principais características desse tipo de fotografia?
Retrato em estúdio é um tópico a ser estudado porque é amplamente utilizado na publicidade. Nesse tipo de fotografia, o fotógrafo consegue ter total controle da luz que incide na cena e também consegue com que o ambiente ao fundo se pareça mais etéreo ou que simplesmente possa nele ser montado um cenário temático para a fotografia. O estudante de publicidade precisa dominar o conhecimento dessa arte, pois ela constantemente ilustra capas de revistas e é a essência de todos os catálogos de moda; que representam grande parte do mercado publicitário.
Além disso, o retrato em estúdio na publicidade apresenta duas principais abordagens: uma intimista e outra de “aparências”. O retrato intimista é mais utilizado quando o assunto está associado a uma figura mais conhecida pelo público que a imagem é destinada. Por exemplo, quando uma atriz de novela estampa a capa da Capricho ou quando uma imagem do Barack Obama estampa a capa do The Economist (falamos de casos de foto em estúdio, onde o modelo compareceu com o intuito de ser retratado. Quando é uma foto tirada em algum evento aberto, como um discurso público, não estamos mais falando em foto em estúdio).
Já o retrato de “aparências” se mostra comum no universo da moda. Refiro-me como “aparências”, porque, no mercado da moda, o principal objetivo não é vender a personalidade da pessoa retratada, e sim a roupa, os acessórios ou ainda, o conceito de uma determinada marca.
Por exemplo, no caso da foto utilizada no início desse post, nossa equipe usou o fundo preto como cenário e a modelo Isabella Zink a ser fotografada de uma visão intimista. A Isa pode não ser uma figura conhecida como o Barack Obama, mas ainda a retratamos dessa maneira, mostrando traços de sua personalidade, porque o público ao qual essa imagem foi destinado eram os alunos de nossa turma da universidade, onde a Isa é uma figura com um grau de relevância social.
Sobre a análise dos elementos dessa imagem: o fundo é de uma cor neutra, visando evitar outras distrações, pois o foco é a modelo. A cor preta ainda tornou possível a realização da mesclagem do fundo com os membros inferiores do assunto, ajudando a destacar ainda mais o resto do corpo da modelo. Quanto à espontaneidade, o segredo é manter um clima de descontração no estúdio. A personalidade só se mostra quando o sujeito está à vontade, portanto tensão não deve existir.
Criamos um clima de descontração onde, por meio de brincadeiras, decidimos dar uma agitada nos cabelos da modelo. Isto porque a expressão está entre as poses. Então, quando o modelo se mexe para ir de uma expressão à outra, ele se distrai da possível tensão envolvida e por momentos, age de acordo com sua personalidade.
É por isso que, além de conhecimento para controlar a câmera, as luzes e o cenário, o fotógrafo de retrato publicitário (e qualquer outro retrato) deve possuir sensibilidade para dirigir o modelo. Só assim o retratado se sentirá à vontade e entregará o resultado desejado.
Alguns fotógrafos já tem essa habilidade de direção naturalmente, enquanto outros precisam se esforçar até mesmo buscando métodos de autoconhecimento para que possam então apresentar desenvoltura e fazer um melhor trabalho dentro do estúdio.
Assim, a disciplina de Fotografia Publicitária da Universidade Regional de Blumenau ensina o uso correto do conjunto de equipamentos, porém, visto que o aprendizado dessa forma de arte também é uma jornada de autoconhecimento, o estudo de retrato em estúdio é continuado mesmo após o término do curso de Publicidade e Propaganda. O retrato em estúdio sempre será uma mescla de estudo teórico e prático.
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